O que é a vida senão aquilo que fazemos ou deixamos de fazer? Estamos expostos a nossos erros e julgamentos que nos favorecem e nos prendem ao banco dos réus.
Acatamos ordens que não concordamos e acabamos sendo tentados a viver à vida que querem que vivamos e assim jogamos nossa identidade nos cantos da alma que já não sabe quem realmente é. E o frio tempo corre e sentimos nossas nobres realizações escorrendo pelos dedos. Somos coroados por muitos sem o mínimo interesse em reinar enquanto nossa ambiciosa coroa ilustra um museu cujo livro de assinaturas nunca terá a minha.
Sou a melhor versão de mim mesmo quando chego a topos de montanha que não me interesso em escalar e muito menos ver o mundo de uma visão privilegiada, digna de uma “selfie”.
Ter os pés no chão é retrógrado e sem “emoção”. Correr riscos é tão essencial que a prudência recebeu ordem de despejo. Estamos carcomidos pelo teatro da satisfação alheia que não entende que não buscamos holofotes nem capas de revistas, mas um cantinho escuro que emite um som baixinho capaz de produzir o silêncio de quem quer ouvir e quando a vista se acostuma com a falta de luz, encontra alguém disposto a se dar de um jeito próprio desejoso de que a simplicidade seja um sucesso.
Fico assustado quando me dizem: “Que você seja um sucesso”.